Ouro Preto 30/01/1993

Último destino da excursão, véspera da volta para casa. Todos já estavam bastante cansados, foram quase trinta dias de viagem e dezesseis cidades. Imagine descer do ônibus, tirar malas (cada vez mais pesadas, por culpa das bugingangas que comprei), check-in, check-out nos hotéis, ufa, é dose para leão.

Foto Wikipédia
Mas enfim a última cidade, Ouro Preto. A primeira cidade brasileira delcarada pela Organização das Nações Unidas para Educação a Ciência e a Cultura, Patrimônio Histórico da Humanidade, no ano de 1980.
Ladeira vai, ladeira vem, Ouro Preto tem muitas. Além disto a Igreja de São Francisco de Assis vale a pena ser conhecida, em 2009 foi considerada como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. 
Eu já estava bastante cansado e não me interessei em seguir o grupo. Preferi dar voltas pela cidada.




Sandro e eu em Catas Altas
Uma das coisas legais, e também uma das últimas, foi passar pela Estrada Real e chegar na Cidade de Catas Altas da Noruega. Cidade pequena com pouco mais de três mil habitantes e que fica ao pé do Parque do Caraça. Possui trilhas, passeios e uma bela cachoeira. A única foto que tenho da cidade é da sua Capela, pequenina mas bonitinha. Mais informações sobre essa pequena mas movimentada cidade AQUI.

Enfim a volta (e que volta). O retorno para casa significava uma viagem de mais de 2.200 kilômetros ou um dia e meio de ônibus.
Mas, depois de muitas paradas para abastecimento, alimentação e etc, chegamos  na Praça Cívica, por volta das 16h. O reencontro com a família foi ótimo, pai e mãe esperando ansiosos e eu no auge dos meus 15 anos carregado de novas experiências.

Belo Horizonte - 29/01/1993

A passagem por Belo Horizonte e logo em seguida Ouro Preto, foi uma das coisas mais rápidas de toda a viagem. A essa altura já estava com quase 30 dias de viagem e este era o trecho final da excursão, depois destas duas últimas cidades voltaríamos para Natal.
Em Belo Horizonte só visitei (ou lembro) de dois lugares: A Igreja de São Francisco de Assis e a Ladeira do Amendoim.
A Igreja de São Francisco de Assis foi inaugurada em 1943 com projeto arquitetônico por Oscar Niemeyer e faz parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, sendo o último prédio a ser inaugurado. Prédio este que é considerado a obra prima do conjunto. Com o abandono da laje sob pilotis, Niemeyer fez novos experimentos de concreto armado e criou uma abóbada parabólica. Além disto existe um painel de Candido Portinari que mostra um cachorro representando um lobo junto a São Francisco, e por culpa disto permaneceu por catorze anos proibida a cultos. Seu interior abriga a Via Sacra constituida por catorze painéis de Portinari, considerada uma de suas obras mais significativas. A igrejinha da Pampulha é um dos mais conhecidos cartões postais de BH e ponto de visita obrigatório aos turistas. 

Foto retirada da internet
O outro local visitado foi a Ladeira do Amendoim. Ela fica na Rua do Amendoim no Bairro das Mangabeiras. E daí? O que essa ladeira tem demais? Vou contar o que aconteceu comigo: O ônibus foi estacionado na base da ladeira e o motorista solicitou que todos descessem. Após todos saírem do ônibus o motorista desligou o motor, deixou em ponto morto, soltou o freio de mão e também desceu. O que aconteceu? O ônibus começou a subir a ladeira sozinho. Bom, todos ficaram espantados e começaram a surgir as mais diversas explicações e hipóteses: era uma área magnetizada que "puxava" os carros; era uma área visitada por ovin's; não era uma subida e sim uma descida; era a mão de Deus puxando... Bom, eu estive lá e vi o ônibus subindo, explico: o relevo no local nos prega uma peça como ilusão de ótica. Na ladeira, temos certeza que é uma subida, mas depois de estudos (nem precisava tanto) estão tentando provar que é uma descida. (Veja matéria da SuperInteressante). Achei alguns vídeos no YouTube, como esse AQUI, assiste a tire as suas conclusões.
Depois dessa visita sobrenatural segui viagem para Ouro Preto.

São Paulo - 27/01/1993

Depois de sair de Foz de Iguaçu e pegar em torno de 1.000km de estrada [cerca de 24h de ônibus], a chegada em São Paulo foi na manhã do dia 27 de janeiro de 1993. Era a primeira vez que eu visitava a maior cidade do país e estava muito empolgado.
Logo me impressionou a entrada da cidade, já tinha passado mais de 02 horas e desde que "chegamos" e continuávamos a entrar na cidade.
Museu do Ipiranga
O Hotel era o Regência, localizado na Avenida São João, 1523, Centro. Ficava a apenas 600 metros da Avenida Ipiranga [famosa esquina da música de Caetano] e a 3km da Avenida Paulista. Hotel simples mas tinha o básico para o conforto. No banheiro o chuveiro ficava dentro da banheira e foi a primeira vez que vi isso. Não achei nada na internet sobre o hotel, talvez nem exista mais.
No dia da chegada tive a tarde livre e decidi procurar pelo Banespa e por lojas de instrumentos musicais. Estava precisando de dinheiro e de cumprir um dos meus objetivos, comprar um violão.
O Banespa não localizei mas a loja de instrumentos musicais sim. Comprei meu primeiro violão, Giannini Série Estudo nº 18 náilon. Diferente de Natal, em São Paulo pude experimentar o violão, toca-lo, desafinar, ver, pegar, tudo que é proibido por aqui. Na maioria das lojas de instrumentos musicais de Natal, observa-se a plaquinha "por favor não tocar". Como você vai comprar um instrumento se não pode pegar e tocar? Pois é, estamos em 2011 e ainda é assim por aqui. Enfim, comprei-o.

Museu do Ipiranga
No dia seguinte fiz a visita ao Museu do Ipiranga, atualmente conhecido como Museu Paulista da USP. Foi inaugurado em 1895. A visita foi muito interessante, a história do Brasil está bem presente com mobílias, carruagens, pinturas, roupas, joias da época da colonização e da monarquia em mais de 125.000 objetos. Vale a pena visitar, veja a sua localização no Google Maps. No Site, você tem as informações sobre horário de funcionamento e valores. No primeiro domingo de cada mês a entrada é gratuita.
Zoológico de São Paulo
Além do Museu, no mesmo dia visitei o Zoológico de São Paulo. A variedade de espécies é muito grande e não deixa a desejar a outros Zoos como o de Buenos Aires, por exemplo.

No dia seguinte, fiz o velho city-tour de ônibus. Passamos por vários pontos interessantes de São Paulo [que por sinal não lembro agora... afinal já faz 18 anos].

Eldorado Shopping
No último dia em Sampa, visitei o Eldorado Shopping, estabelecido num terreno de 74 mil m² era um dos maiores naquela época. Para efeito de comparação o terreno do Norte Shopping em Natal tem 65 mil m². Passei a tarde passeando no Shopping esperando chegar a hora da saída para Belo Horizonte, que estava marcada para as 20h.

Naquela época a cidade me impressionou pela quantidade de concreto. Não tive oportunidade de usar metro e conhecer outras pontos da cidade, coisa que realizei em outras viagens .

Foz do Iguaçu - 23/01/1993

Ciudad del Este
Nas primeiras horas do dia 23 o ônibus partiu para Foz de Iguaçu. Entretanto faríamos uma parada estratégica [de um dia inteiro] na Ciudad del Este para compras. A Ciudad del Este fica na fronteira do Paraguai com o Brasil, ligada pela Ponte da Amizade [ou Puente de la Amistad] que fica sob o Rio Paraná. A ponte tem 550 metros de comprimento e na época de sua construção em 1962, foi recorde de maior vão livre em pontes de concreto [290 metros].

Ao chegar na cidade, o ônibus parou no centro e nos deixou para um dia inteiro de compras, me senti o próprio muambeiro. Eu não tinha a intenção de comprar nada para revender [claro, não sou sacoleiro] mas algumas pessoas estavam dispostas a gastar o que tinham e o que não tinham no dito "paraguai" e essa era a oportunidade. 

Assunción / Paraguai - 21/01/1993

Bandeira Paraguaia
Depois de passar mais uma noite dormindo e acordando com o chacoalhar do ônibus, cheguei por volta das 8hs a Nossa Senhora Santa Maria da Assunção ou simplesmente Assunción, no Paraguai.

A rotina ao chegar às cidades era sempre a mesma: o ônibus parava em frente ao hotel e esperávamos em torno de 30 a 50 minutos para descer do ônibus, pois os "jovens" iam no fundão [em torno de 20% dos passageiros] e o pessoal mais idoso sentava à frente. Ter que esperar o pessoal descer estava tornando-se chato, mas fazia parte da rotina. 

Praça em Frente ao Palácio
Em Assunción fiquei hospedado no em hotel no centro da cidade e a primeira manhã foi de descanso. Não era nada fácil, a essa altura já tinha viajado quase 20 dias parando dia sim dia não em cidades diferentes e já somava mais de 6000 km de viagem.

Vamos a cidade, Asssunción é a capital do país e esta localizada na Baia de Assunção, na margem esquerda do Rio Paraguai.
Durante a visita, conheci o Palácio do Governo, visitei a Baia de Assunção e o Shopping Vendôme, e outras coisas como o monumento a Juan Salazar y Espinosa e a coluna que simboliza o Primeiro Grito de Liberdade.

Na realidade a visita a Assunção tinha a intenção de realizar compras, e também na Ciudad del Este que seria visitada quando chegássemos a Foz do Iguaçu [próximo destino].

No Shopping não comprei nada, eu e todos os outros estavam guardando dinheiro para Ciudad del Este, que era o paraíso dos sacoleiros e muambeiros, eu não era um deles mas estava disposto a comprar umas fitas K-7 TDK e um Walk-man.

Buenos Aires / Argentina - 18/01/1993

Catedral Metropolitana
A chegada à capital da Argentina foi no dia 18 de janeiro, por volta do meio dia. Como chegamos tarde  e ainda tinhamos que almoçar, passamos o resto da tarde livre para descansar ou passear pela cidade. Na Capital ficaria até o dia 20. Não lembro onde almocei, mas lembro de ter passeado pela cidade com mais dois amigos, Sandro e Rodrigo, que estavam comigo na viagem. Andamos pela cidade soltos [mas sempre com endereço do hotel e o telefone, além de RG] Batemos várias fotos, inclusive em frente a Catedral Metropolitana, que é a igreja católica e fica localizada no centro da cidade e da Plaza de Mayo.

A Plaza de Mayo sempre foi o centro da vida política de Buenos Aires. Seu nome comemora a revolução de maio de 1810, quando as colônias da região iniciaram o processo de independência.

Casa Rosada
Em frente a Plaza de Mayo também está a Casa Rosada que é a sede da presidência da República Argentina. Na Casa também está o Museu do Governo, com material relacionado aos presidentes do país. Naquela época não existia a grade separando o povo da Casa Rosada e era possível fazer brincadeiras com os guardas que não podiam se mexer [estilo guardas londrinos]. Aqui uma foto atual da sede da presidência, que está mais para Salmon do que Rosa.

Ainda à noite, conheci o Tango Casablaca, espetáculo que mais parecia um can-can francês. 

Durante o passeio pelo centro da capital entrei na Teleco [Telecomunicações Argentinas] para ligar para o Brasil e falar com meus pais. Naquela época não existia internet [pelo menos para os mortais] então o procedimento era o seguinte: no balcão de atendimento informávamos o número que desejamos ligar, e quando a ligação estivesse disponível você era chamado para umas das muitas cabines que tinha mesa e o telefone. As cabines eram fechadas e acolchoadas, obviamente para abafar o som da sua conversa, que poderia ser de negócios ou particular. No final, pagávamos o total da ligação no caixa. Naquele momento achei fantástico essa tecnologia e ainda guardo o recibo nas minhas relíquias de viagem.

Av. 9 de Julho (foto atual)
Ainda na Argentina, conheci a Avenida 9 de Julho [ou Avenida Nueve de Julio] que é a principal de Buenos Aires. Recebeu esse nome em homenagem a declaração de independência da Argentina em 9 de julho de 1816. A foto da aveinda ao lado é rescente. Nela quase fui atropelado, claro... imaginei que o sinal aberto para pedestres servia para toda a avenida, passou perto da minha viagem terminar mais cedo.

Ainda na Avenida está localizado o Obelisco de Buenos Aires que tem 67 metros de altura, que é o máximo permitido para aquela localização e foi erguido em homenagem ao 4º centenário de fundação da cidade.

Em Buenos Aires passei rapidamente por La Boca, Jardins de Palermo e almocei em La Estancia, churrascaria típica.

Bandeira Argentina
A saída estava programada para o dia 20 de janeiro de 1993 às 12h, então tive a manhã livre e saí para passear com Sandro e Rodrigo. No centro próximo ao Teleco, um rapaz bem "apessoado" vendo que éramos turistas nos convidou a entrar num local que parecia uma Taverna ou um Bar típico. Entramos. Ele nos levou por umas escadarias e chegamos a um bar no subsolo. Sentamos e até aí tudo bem, só que... aparecem duas prostitutas [pelo menos estavam vestidas como tal] e um garçom joga 3 doses de alguma coisa que não pedimos à mesa, ninguém bebeu, nos olhamos um para o outro e nos levantamos para sair. O próprio garçom nos impede de sair e joga um papel com uma conta US$ 100,00, isso mesmo "cem dólares". O papel já estava pronto, golpe! Tentamos nos levantar e éramos impedidos, por mais duas pessoas que apareceram. Tentamos negociar, apenas tentamos, eles não nos deixavam falar, apenas apontavam para a conta e falavam que tínhamos que pagar... Resultado, desembolsamos o valor e fomos "gentilmente" acompanhados para fora do local. Quando estávamos quase na altura da rua, Rodrigo falou alto que iria chamar a polícia, deu merda, um dos caras começou a nos seguir. Fomos seguidos por muito tempo, cerca de uam hora, chegamos até a correr, foi o maior aperreio que passei na vida, e a primeira vez que fui assaltado. Anotação mental: nunca mais entrar em um local que você não sabe o que é, chamado por uma pessoa que você não conhece, numa cidade que você não fala a língua.

Bom, aperreio à parte, voltamos para o hotel ainda em tempo de pegar o ônibus que estava saindo em direção à Assunción, Paraguai, próxima cidade a ser visitada.

Montevidéu / Uruguai - 16/01/1993

Bandeira do Uruguai
A saída para Montevidéu no Uruguai foi no início da manhã do dia 16 de janeiro de 1993. Sempre preferindo a BR-101, desta vez fomos pela BR-116, passando pela cidade de Pelotas até encontrar a RS-471, que vai até a cidade de Chuí e é praticamente uma reta.

Na divisa com o Uruguai uma pausa para foto da placa [que eu não tirei, pois estava deteriorada] que indicava o ponto mais ao Sul do Brasil. Continuando a viagem, chegamos a cidade de Castillos, já no Uruguai, apenas para visitar a Fortaleza Santa Teresa.

Fortaleza Santa Teresa
Construído em 1762 pelos portugueses, é considerada a mais expressiva do país. Localiza-se no Parque Nacional de Santa Teresa, que foi criado para protegê-lo. Tinha a função de guarnecer o desfiladeiro de Angostura e tem a planta de forma pentágono irregular, parecido com a Fortaleza dos Reis Magos em Natal, mas com área maior. Tem suas paredes em tom alaranjado devido a um tipo de líquen que o coloniza e dá essa colocação.

Cheguei em Montevidéu às 22hs do dia 16. Mas o dia de conhecer a cidade será somente o outro, 17. Já no hotel antes de dormir fui mexer no frigobar e, sem querer fiz a besteira de abrir uma mini-garrafa de whisky Johnnie Walker. Até aí tudo bem, mas quando vi o preço em dollar, usei meu jeitinho brasileiro para fechá-la novamente, sem consumir, claro! Ainda assim, na saída fiquei esperando a cobrança que graças a deus não aconteceu... Bom vamos lá.

No Forte Santa Teresa
Montevidéu é a capital e a maior cidade do Uruguai, em 2004 possuia população de 1.325.000 habitantes aproximadamente. Também é a sede administrativa do Mercosul e é considerada a cidade latino-americana com a melhor qualidade de vida. Apesar da proximidade com o Brasil [hehehe], está entre as 30 cidades mais seguras do mundo.

Na cidade visitei a Praça da Independência, onde está localizado também o Mausoléu Artigas. Descendo as escadarias da praça chega-se ao Mausoléu, onde estão conservadas as cinzas do herói nacional.

Praça da Independência
À tarde visitei o Balneário de Pirriápolis, que apesar do nome não é em São Paulo... Ele é formado pelas praias de Los Angeles, La Rinconada e Portales, três praias em uma só. O que achei estranho foi a cor do mar. Acostumado com águas cristalinas, as águas lá no sul do continente estavam com um tom marrom... Não sei se por algum fenômeno ou a temperatura influenciam, não achei legal para tomar banho.

À noite, depois de uma passada no hotel para recolher algumas as coisas, saímos para Buenos Aires.

Detalhe: na foto estou usando chinelo, meia e pochete, na época era o que havia de mais moderno.

Porto Alegre - RS 15/01/1993

Largo Edgar Koetz
Por incrível que pareça, Porto Alegre para mim foi uma coisa muito rápida. Viagem de apenas um dia e uma noite, passou rápido. Eu já estava bastante cansado e apesar do pessoal ter seguido no ônibus para fazer o city-tour fiquei no hotel o dia inteiro descansando. 

À noite, decidi dar uma passeada pela rua, eram umas oito da noite e a coisa não foi muito agradável. O Hotel São Luis, ficava na Avenida dos Farrapos, 45 no Centro da cidade. Parece que o centro de toda cidade é sinistro, esse não deixava de ser. O hotel ficava perto de uma esquina e próximo a uns viadutos, lembro, ponto de drogas e prostituição. O Hotel era legal, umas 2 estrelas, mas o local não era bom, então o meu passeio pela rua durou uns 10 minutos, voltei um pouco assustado.
Viaduto da Conceição
Não lembro de nenhum ponto importante de Porto Alegre. Até aquele momento foi a maior cidade que passei e não conheci. Quem sabe em uma próxima oportunidade.


Já no outro dia, parti em direção a Montevidéu, Uruguai.



UPDATE: Umas das poucas coisas que lembro é de feito em Porto Alegre, foi ter almoçado [ou jantado] no Galpão Creolo. Uma dessas churrascarias com tudo muito farto, estilo Sal e Brasa, que naquela época não existia em Natal.